Ecobarreira depende de parcerias para expandir para outros afluentes
Em pouco mais de um ano de funcionamento, Ecobarreira impediu que 190 toneladas de lixo chegassem ao Lago Guaíba
A Ecobarreira instalada no Arroio Dilúvio, na Avenida Ipiranga, entre as Avenidas Borges de Medeiros e Edvaldo Pereira Paiva, tem sido um sucesso no combate à poluição. Em pouco mais de um ano de funcionamento, a barreira ecológica criada para impedir que os resíduos flutuantes cheguem até o Lago Guaíba, retirou da água mais de 190 toneladas de lixo. Entre os materiais encontrados estão garrafas PET, madeiras, roupas e, até mesmo, animais mortos.
O equipamento é custeado por uma empresa de segurança de internet, a SafeWeb. A instituição banca R$15 mil por mês com a manutenção da barreira, idealizada pelo vice-presidente, Luiz Carlos Zancanella. "Eu vi um vídeo na internet no qual mostrava uma máquina parecida nos Estados Unidos. A partir disso, eu levei o projeto até a empresa, que acabou abraçando a ideia", conta.
Ao todo, a Ecobarreira custou R$ 250 mil à empresa, entre a estrutura e a mão de obra para instalação. Zacanella reforça que a intenção da SafeWeb é levar a iniciativa para outros rios. "Existem projetos de colocar a Ecobarreira no Jacuí, no Gravataí e no Sinos. Porém, tudo depende de parcerias. Estamos buscando empresas dispostas a nos ajudar para que seja possível construir barreiras nos outros rios e proteger ainda mais o Largo Guaíba a partir dos outros afluentes", salienta.
Mesmo custeado pela empresa, é a Prefeitura de Porto Alegre, através da Secretária Municipal de Serviços Urbanos (SMURB), quem recolhe os resíduos içados diariamente pelo equipamento e os encaminha para o aterro sanitário de Minas do Leão, na região Carbonífera. Quem passa pelo local e vê a estrutura, fica curioso. Como é o caso do funcionário público João Carlos Tavares, morador do bairro Praia de Belas. "Vejo essa estrutura trabalhando todos os dias. Além do modo de ver o equipamento trabalhar, trata-se de um serviço em prol dos moradores do bairro e também dos porto-alegrenses, já que impede que uma grande quantidade de lixo vá para o Lago Guaíba", destaca.
Para o professor do Instituto de Pesquisas hidráulicas da UFRGS, Gino Gehling, a quantidade elevada de resíduos retirados pela Ecobarreira evidencia a necessidade de atender a política nacional dos resíduos sólidos, que deveria estar em vigor, mas acabou sendo postergada para 2020. "As indústrias, hoje, para serem competitivas, já praticam o processo de separação e do reaproveitamento dos resíduos. Muitos que eram queimados, atualmente têm aproveitamento para geração de energia elétrica", afirma.
A Ecobarreira recolhe, aproximadamente, 200 quilos de lixo diariamente. Conforme o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), equipes executam a limpeza dos resíduos içados pela gaiola da estrutura duas vezes por dia, além de realizar a capina dos seis jardins implantados ao longo da avenida Ipiranga, como forma de coibir descartes irregulares de lixo.
DMLU realiza limpeza da gaiola duas vezes por dia